“Estamos mais dispostos a recusar. Esse reajuste oferecido não atende às necessidades da categoria”
Os
agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) "estão propensos" a não
fechar acordo com o governo, informou hoje (27) o presidente da
Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Pedro Cavalcanti.
“Estamos mais dispostos a recusar. Esse reajuste oferecido não atende
às necessidades da categoria”, disse ele.
Mesmo com a mesa de
negociações encerrada, os representantes da entidade tentaram uma
contraproposta do governo, além do reajuste de 15,8%, fatiado em três
anos, até 2015. “Queríamos uma proposta diferenciada, com a definição da
carreira como nível superior, em vez de ser tratada como de nível
intermediário”, explicou. A categoria foi recebida pelo secretário de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O
percentual de aumento oferecido aos policiais rodoviários foi igual ao
proposto às demais categorias de servidores.
Com o prazo de
assinatura de acordo se esgotando, os líderes da PRF reúnem-se ainda
hoje com a base para decidir se aceitam a proposta do governo. “Não
gostamos da determinação de não negociação pelos próximos três anos. Se a
economia crescer, gostaríamos de retomar as negociações”, disse
Cavalcanti. Os sindicatos têm até amanhã (28) para comunicar ao governo a
decisão das bases. Os que não assinarem o acordo não terão aumento no
ano que vem.
Pedro Cavalcanti ressaltou que, se a categoria votar
pela rejeição do acordo, a paralisação dos servidores, que atinge pelo
menos 12 estados e 70% dos trabalhadores, deve acabar. “Se o prazo se
encerra no dia 31 [sexta-feira próxima], entendo que a greve não caberia
após essa data.”
Os policiais rodoviários federais reivindicam
reajuste salarial, exigência de nível superior para exercer o cargo,
adicional noturno e de insalubridade e reestruturação da carreira.
Segundo o sindicato, 9 mil policiais rodoviários federais trabalham no
país, efetivo que é considerado insuficiente para atender à demanda da
segurança nacional.