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Por Scott Malone e Kathy Finn NOVA ORLEANS, Estados Unidos, (Reuters) |
Depois da tragédia do Katrina, há sete anos, novo furacão trouxe ventos fortes e chuvas torrenciais à região
O sistema reforça os diques que falharam em 2005, deixando partes da
cidade debaixo d'água. As previsões do Centro Nacional de Furacões
mostraram a tempestade se aproximando do delta do Mississippi na noite
desta terça-feira, possivelmente indo diretamente para Nova Orleans.
"Muitas partes do Estado poderão ter de 24 a 38 horas de tempestade
tropical com ventos fortes", disse o governador da Louisiana, Bobby
Jindal, em entrevista coletiva mais cedo. "Nós vamos ver a queda de um
monte de árvores e linhas de energia... precisamos que as pessoas fiquem
em lugar seguro."
Inundações provocadas pela tempestade já estavam ocorrendo em áreas
costeiras do sudeste da Louisiana, disse o Centro Nacional de Furacões
em boletim.
Mais cedo, o Corpo de Engenharia do Exército começou a fechar pela
primeira vez a nova comporta da maior barreira contra tempestades do
mundo, no Lago Borgne, a leste de Nova Orleans.
Em outros procedimentos de preparação, empresas de energia esvaziaram
plataformas de petróleo em alto mar e fecharam refinarias da Costa do
Golfo, com a aproximação do Isaac.
Às 20h00 (horário de Brasília), o Centro de Furacões informou que o
Isaac estava centralizado a cerca de 150 quilômetros sudeste de Nova
Orleans, com ventos máximos sustentados de 130 quilômetros por hora.
Sua velocidade de avanço estava relativamente baixa, a 13 quilômetros
por hora, o que é uma preocupação para as pessoas no caminho da
tempestade, uma vez que ciclones lentos podem causar chuvas mais
pesadas.
Também havia previsão de fortes chuvas e tempestades para partes do Mississippi, Alabama e Flórida Panhandle.
Depois do Katrina, o Corpo de Engenharia construiu um sistema de
defesa de enchentes de 14,5 bilhões de dólares com muros, comportas,
diques e bombas, com intuito de proteger a cidade contra uma enorme onda
como a que inundou Nova Orleans na esteira do Katrina.
O furacão Isaac mantém Nova Orleans em alerta, enquanto a cidade
ainda luta para se recuperar do furacão Katrina, que devastou a região
em 29 de agosto de 2005, matando mais de 1.800 pessoas e causando
bilhões de dólares em danos.
O Isaac já matou pelo menos 23 pessoas e causou inundações e danos
significativos no Haiti e na República Dominicana antes de contornar a
ponta sul da Flórida no domingo.
O presidente norte-americano, Barack Obama, demonstrou suas
preocupações em uma declaração da Casa Branca. "Estamos lidando com uma
grande tempestade e pode haver enchentes significativas e outros danos
ao longo de uma enorme área."
"Agora não é o momento de desafiar o destino", acrescentou, afirmando
que as pessoas deveriam prestar atenção em alertas e sair das cidades
se assim forem instruídas pelas autoridades.
(Reportagem adicional de Tom Brown, Jane Sutton, David Adams e Kevin Gray, em Miami; de Ben Gruber e Kathy Finn, em Nova Orleans; de Emily Le Coz, em Tupelo, Missisippi; de Kristen Hays, Erwin Seba e Chris Baltimore, em Houston; e de Verna Gates, em Alabama)