Em liberdade desde o habeas corpus concedido pela Justiça, há três
semanas, Maria Selma Costa dos Santos sentou no banco dos réus pela
primeira vez, na tarde desta quinta-feira, em audiência na 4ª Vara
Criminal de Duque de Caxias.
E a saída pela porta da frente da idosa,
acusada de encomendar a morte do próprio filho, intimidou as
testemunhas.
- Ela é uma pessoa perigosa. Por que está solta, se é uma ameaça
para as testemunhas? Dos três acusados, a mais perigosa é justamente a
que está em liberdade. Com ela solta, todas as testemunhas correm perigo
- desabafou uma das testemunhas, que preferiu não se identificar.
Além de Maria Selma, de 70 anos, também estiveram na audiência a
diarista Maria José da Silva Dias Irmã e o segurança de rua Isaque de
Paula Moraes, acusados de serem cúmplices do crime. A diarista foi presa
após confessar a participação no crime. Ela disse ter pago R$ 20 mil a
Isaque, a mando de Maria Selma, para que o empresário fosse morto.
Ao contrário de Maria Selma, os supostos cúmplices seguem presos
preventivamente. Elegante, ela apareceu bem vestida ao Fórum e não
desviou o olhar das câmeras dos fotógrafos. Uma postura que contrastava
com os outros presos, sob custódia do estado.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), Isaque está no Presídio Ary Franco, em Água Santa. Maria José permanece na Penitenciária Joaquim Ferreira de Souza, em Bangu.
Ao todo, foram ouvidas 16 testemunhas. Entre elas, Vânia Filgueiras
Lopes, mulher do empresário José Fernandes dos Santos Reis, executado a
tiros na tarde de 29 de novembro, quando saía da casa da mãe, em Duque
de Caxias.
Ela disse que o marido tinha cerca de 45 imóveis e confirmou
que a mãe costumava brigar com ele por dinheiro. A próxima audiência
está marcada para 15 de outubro.
Habeas corpus para Isaque
A Defensoria Pública deu entrada, junto ao Tribunal de Justiça, num
habeas corpus para Isaque.
A Defensoria solicita extensão do benefício
dado a Maria Selma, que responde ao processo em liberdade.
Ela foi presa
após a confissão da diarista, há três meses.
E solta no dia 1º de
agosto, depois de passar 71 dias atrás das grades.
Extra