Um funcionário do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, que
não quis se identificar, denunciou em carta anônima, que a atual
direção da unidade hospitalar cortou a alimentação dos médicos,
servidores e prestadores de serviço do local. "As refeições servidas no
hospital agora serão pagas e o valor descontado nos contracheques",
lamentou o servidor.
Ele também revelou que após a gestão pactuada
do Estado com a Cruz Vermelha o número de atendimento caiu e vários
pacientes com fraturas e traumas são 'rejeitados na porta'. "Ao
contrário da propaganda, vários pacientes então há meses a espera de
cirurgias simples. Os servidores estão há mais de um ano sem receber
aumento, sofrendo perseguição e assédio moral", disparou.
Revoltado,
o funcionário do Trauma chegou a comparar a atual gestão do Hospital de
Trauma com o cabaré da novela da Rede Globo, 'Gabriela'. " A sacanagem
com a saúde é tão grande que faria inveja ao Bataclã", desabafou.
Confira a carta na íntegra:
Na
manha desta terça,28, funcionários, médicos, prestadores de serviço do
Trauma de João pessoa foram surpreendidos com a noticia, que as
refeições servidas no hospital agora seriam pagas e o valor descontado
nos contra-cheques. Sem nenhuma satisfação por parte da direção, vários
pais e mães de famílias foram as lágrimas no corredores do hospital.
A
verdade é que desde a dita pactuação da gestão o hospital vive dias de
maquiagem. Os números de atendimento caíram, vários pacientes com
fraturas e traumas são rejeitados na porta. As antigas extensões foram
substituídas por hospitais ditos de retaguarda, que só servem para
amontoar pessoas longe dos olhos da imprensa. Que alias faz pouco caso
da real situação do Trauma e da violência moral que sofre seus
funcionários. Basta perguntar em off a qualquer um de nós.
A
auto denominada "Cruz Vermelha", é na verdade uma estaca na saúde
publica da Paraíba. Ao contrario da propaganda vários pacientes então há
meses na espera de cirurgias simples. Os servidores estão a mais de
ano sem receberem aumento, sofrendo perseguição e assedio moral. Os que
são demitidos não conseguem receber o seguro desemprego porque muitos
não possuem registro no FGTS. E pra desespero das famílias, nenhum
funcionário do Trauma poderá receber o PIS, por irregularidades da dita
Cruz.
Enquanto isso os diretores negociaram gordos aumentos
salariais nesse período, ambulâncias usadas e em péssimo estado foram
locadas do Rio de janeiro. Carros foram alugados para servirem
unicamente aos diretores ligados a Cruz. Na lógica do lucro que tomou
conta do hospital, falta tudo, de papel higiênico, gases, soro
fisiológico, profissionais e fio cirúrgicos. Pergunte a qualquer
técnico de enfermagem. Dia desses as visitas na UTI foram suspensas
devido aos altos índices de infecção hospitalar.
Dizem que
fornecedores se revezam na porta do hospital na tentativa de receber
pelos serviços prestados. A sacanagem com a saúde é tão grande que faria
inveja ao Bataclã.
Carlos Brabo ( Nome fictício)
Preservo minha identidade, por temer ser crucificado ainda mais.
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