A Secretaria de Educação de Florianópolis anunciou nesta terça-feira (28) que vai fazer uma nova reforma na Escola Básica Maria Tomázia Coelho para corrigir os problemas apontados pela estudante Isadora Faber, de 13 anos.
Ela criou uma página no Facebook, a "Diário de Classe", para denunciar problemas que enfrenta nas aulas e mostrar como está a infraestrutura do prédio.
A decisão foi tomada após uma reunião entre a secretária de
Educação, Sidneya Gaspar de Oliveira e a diretora da escola, Liziane
Diaz Farias, que admitiu “fragilidade na administração” da unidade. Em
julho, diz a prefeitura da cidade, foram trocadas 13 lâmpadas, que já
foram danificadas. Elas serão trocadas. Haverá, ainda, reformas nos
banheiros e em outras partes da escola.
Na próxima segunda-feira (3), afirmou Sidneya, sairá um parecer
sobre a situação do professor de matemática do qual Isadora reclamou no
Facebook. De acordo com a secretaria, houve “incompatibilidade” entre
duas turmas da sétima série e o docente.
A página foi inspirada, segundo Isadora, no blog de uma menina
inglesa que contava sobre as condições da merenda que recebia na escola.
Ontem (27), a criação de Isadora ganhou repercussão na internet. Até as
19h de hoje, mais de 114 mil internautas já haviam "curtido a página".
Isadora diz ter sofrido represálias na escola. “Os professores não aprovaram. As merendeiras riam, as pessoas fazem algumas indiretas. Chamaram minha mãe e disseram que eu não podia estar fazendo isso”, contou.
Ao UOL, a mãe de Isadora, Mel Faber, afirmou na
segunda-feira que a escola pediu para tirar a página do ar. “A gente foi
chamado sim, porque a primeira versão da escola foi pra tirar do ar. A
Isadora foi ameaçada por professores. A gente [ela e o pai] falou que
apoiava”, disse.
Segundo a secretaria, a diretora afirmou que não houve “represália”
para que Isadora tirasse a página do ar, mas admitiu ter chamado a mãe
da menina para conversar. O órgão disse que Liziane somente “aconselhou”
a não utilização de imagens de alunos, funcionários e professores no
Facebook.
O UOL Educação tentou contato com a diretora, sem sucesso.
No começo, a estudante tinha o apoio de uma amiga. No entanto, os
pais da outra aluna pediram que ela parasse de alimentar a página.
Isadora, então, ficou sozinha.
“Não é só porque é uma escola pública que não pode ter um ensino de
qualidade”, afirmou Isadora. “Todo mundo merece ter o mesmo. Todo mundo
no final do mês paga um pouquinho, que vai para as escolas públicas.”
UOL