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(Ex-Presidente Lula) |
Interlocutores confirmaram que o ex-presidente ficou contrariado com a condenação do deputado João Paulo Cunha
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis comentar ontem os
reveses sofridos por petistas integrantes do seu governo no julgamento
do mensalão em Brasília. Em retorno aos pedidos de entrevista, a
assessoria de Lula informou que ele iria manter a mesma postura adotada
desde o início do julgamento de não emitir opinião sobre o caso,
enquanto estiver ‘sub judice’.
Interlocutores confirmaram que o ex-presidente ficou contrariado com a condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e apreensivo com os rumos do julgamento.
Aos políticos e representantes de entidades que recebe em audiência, Lula tem insistido em explicar que, quando diz que o mensalão não existiu, está se referindo ao pagamento mensal sistemático para a compra de apoio parlamentar, na forma denunciada pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, pivô do escândalo.
Segundo ele, o termo passou a ser usado de forma ampla, abrangendo inclusive a captação indevida de verbas para campanhas eleitorais. No esforço para blindar o presidente do tema incômodo, a assessoria de Lula não tem permitido a aproximação dos jornalistas mesmo em eventos externos.
As entrevistas com o ex-presidente têm sido privilégio da imprensa internacional. Ontem, durante a agravação de um documentário sobre o etanol para a produtora americana Green Planet Productions, o ex-presidente evitou assuntos políticos.
De acordo com o diretor Josh Tickell, que o entrevistou, Lula ficou entusiasmado quando se referiu ao impulso dado pelo seu governo à produção do etanol a partir da cana-de-açúcar. O ex-presidente também elogiou seu programa do biodiesel. Mesmo assim, Tickell considerou o depoimento de Lula melhor que o do ex-presidente americano Bill Clinton.