O governo encerrou nesse domingo (26) as rodadas de negociações com os servidores públicos federais em greve.
O Ministério do Planejamento
deu prazo até a próxima terça-feira (28) para que os representantes das
categorias assinem os acordos concordando com o reajuste de 15,8%,
dividido em três anos, proposto pelo governo.
As categorias
que não concordarem ficarão sem aumento. Apesar de os trabalhadores
saírem das negociações insatisfeitos com o percentual oferecido pelo
governo, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça, disse estar confiante de que a maioria das categorias vai assinar o acordo.
“Encerramos esse longo processo de
negociação. Amanhâ e terça-feira vamos aguardar os retornos e estamos
estruturando os projetos de lei daquelas categorias que estão aceitando
fazer o acordo com o governo. Tivemos a sinalização de diversas
categorias que vão topar”, disse Mendonça.
Desde março, quando foi iniciado o
processo de negociação salarial, foram mais de 200 reuniões para
discutir o reajuste dos servidores com mais de 31 entidades sindicais.
Apenas neste final de semana foram realizadas 12 reuniões com
representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), dos controladores de voo, da Associação Nacional dos Analistas e
Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), trabalhadores da área de
ciência e tecnologia e do Itamaraty.
No próximo dia 31 termina o prazo para o
envio do Orçamento ao Congresso Nacional, com a previsão de gastos com a
folha de pagamento dos servidores para 2013.
Até o momento, só as
negociações com a área da educação, segmento considerado estratégico e
prioritário pelo governo, foram resolvidas. Apenas a Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes),
que representa a minoria dos docentes federais, e a Federação dos
Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras
(Fasubra), representante dos técnicos administrativos universitários, aceitaram a proposta do governo.
Para os professores universitários, a
proposta acordada foi reajustes que variam entre 25% e 40%, nos próximos
três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13. A
oferta terá custo de R$ 4,2 bilhões para a folha de pagamento.
No caso, dos servidores administrativos
das universidades, o impacto do reajuste será de R$ 2,9 bilhões. O
acordo prevê além do reajuste “parâmetro”, incentivos à titulação. Todas
as propostas feitas pelo governo se aceitas, devem onerar em R$ 18,95
os gastos com pessoal no período de três anos. As ofertas prevêem
reajustes de 15,8%, fracionados até 2015.
O Ministério do Planejamento estima que a
greve envolva cerca de 80 mil servidores públicos federais. Em
contrapartida, os sindicatos calculam que cerca de 350 mil funcionários
aderiram ao movimento.
van Richard/Repórter da Agência Brasil