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(Foto: Cristiano Borges/Jornal O Popular) |
PM estava no carro do Deputado quando foi abordado, às 12h.
Filha do político foi vítima de latrocínio em abril deste ano, em Goiânia.
Segundo a PM, segurança de deputado reagiu a um assalto
Um sargento da Polícia Militar (PM) que trabalha na Assembleia
Legislativa de Goiás e faz a segurança do deputado estadual Luiz Carlos
do Carmo (PMDB) matou a tiros um suposto assaltante por volta das 12h
desta segunda-feira (29), no Setor Oeste, em Goiânia. Segundo
informações do aspirante da PM Higor Alexandre Guimarães, o policial
estava no veículo do político.
LatrocínioO deputado Luiz do Carmo perdeu a filha,
Michelle Muniz do Carmo, de 30 anos, durante uma tentativa de assalto
no dia 21 de abril deste ano. O crime aconteceu em frente a uma
distribuidora de bebidas do Setor Nova Suíça, bairro nobre de Goiânia.
Indignação
Para o deputado Luiz do Carmo, o Código Penal não atende aos anseios da população por segurança. “Esses bandidos, mesmo que sejam condenados, pegarão no máximo 30 anos de prisão. No máximo em dez, 12 anos eles estarão livres e fazendo a mesma maldade”, lamentou.
Na opinião do pai de Michelle, a certeza disso aumenta a certeza da impunidade.
Ele tinha deixado o deputado em uma reunião e o esperava na praça da
Rua 23, quando o suspeito deu voz de assalto. “Ele estava sozinho no
veículo e entregou as chaves. Quando já estava descendo, reagiu”,
explicou o aspirante. Após a morte do suspeito, uma mulher, que se
identificou como esposa dele, também foi presa. A polícia investiga se
ela participou da tentativa de assalto.
A perícia esteve no local e o trânsito precisou ser desviado. O
sargento se apresentou espontaneamente na Corregedoria da PM e foi
liberado. Um inquérito será aberto para apurar o caso.
O G1 tentou falar com o deputado Luiz do Carmo nesta tarde, mas ele não atendeu as ligações.
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Deputado Luiz do Carmo usando camiseta com
foto da filha (Foto: Versanna Carvalho/G1) |
Em entrevista ao G1 em agosto deste ano, o deputado
falou sobre o sentimento de perda. “O choque é muito grande. Eu vou te
falar do meu sentimento de pai. Uma morte dessas afeta a família toda.
Todo mundo está adoecendo, a família está adoecendo”, disse Luiz Carlos.
Deprimido com a morte da filha, o político contou que ficou sem ir à
Assembleia Legislativa nos primeiros 50 dias e que chegou a pensar em
abrir mão do seu mandato de deputado estadual. Refletiu e decidiu
permanecer e ter uma voz na Assembleia, junto aos colegas deputados.
Ao todo, seis homens foram acusados de envolvimento na morte de
Michelle: um teria atirado na jovem, outro teria entrado no carro dela e
um terceiro teria dado cobertura ao crime. Outros três também
participaram: o que teria emprestado o carro, o que teria emprestado a
arma do crime e o que teria guardado a arma após o crime.
Para o deputado Luiz do Carmo, o Código Penal não atende aos anseios da população por segurança. “Esses bandidos, mesmo que sejam condenados, pegarão no máximo 30 anos de prisão. No máximo em dez, 12 anos eles estarão livres e fazendo a mesma maldade”, lamentou.
Na opinião do pai de Michelle, a certeza disso aumenta a certeza da impunidade.
O político comentou que, como deputado estadual, não pode lutar por
mudanças na lei de latrocínio. Ele pensa em começar, como cidadão, nos
moldes do que aconteceu com a Lei da Ficha Limpa, um projeto de
iniciativa popular para aumentar a pena máxima para o crime de
latrocínio para no mínimo 50 anos, sem direito a progressão de regime.
“Eu quero fazer igual ao Ficha Limpa que pegou um milhão de assinaturas
e mudou tudo. Quero ver se pego no Brasil uns dois milhões de
assinaturas para mudar a lei de latrocínio”, comentou.
O empresário tem consciência de que se esta mudança ocorrer, não virá a
tempo de ser aplicada nos acusados pela morte da filha. “Quero fazer
isso pela sociedade futura. Desde que isso aconteceu com a Michelle, fui
procurado e soube de muitos casos de latrocínio”, disse.
Michelle Muniz foi morta a tiros em frente a distribuidora de Goiânia (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)