(Imagem:Ed Ferreira/Estadão) |
Lideranças do PSDB pregam uma 'renovação' no partido; De acordo com o senador Álvaro Dias, discurso está 'insosso'
Em entrevista à Agência Estado, Álvaro Dias avalia que as
urnas passaram uma "mensagem" ao partido da necessidade de ter um
discurso "claro e veemente", contra o "estilo de governar" do PT. "Nosso
discurso está morno e insosso. Temos que contribuir para ressuscitar a
indignação neste País.
Um esquema de corrupção do porte do mensalão está sendo julgado e
condenado pelo Supremo (Tribunal Federal) e as pessoas não estão nas
ruas (para protestar)", avaliou. Mesmo como um dos porta vozes da
oposição no País - ele é o líder do PSDB no Senado -
Dias mostra
preocupação com a situação dos oposicionistas. "Somos a menor oposição
na história do País. Em todo o continente latino americano, nós somos a
menor oposição", ressalta. Ele atribui essa redução da oposição à
política de alianças praticada pelo governo federal, nas mãos do PT, que
"coopta todos os partidos possíveis".
"Por isso eles criam estatais, para alocar esses aliados. A ideia é
aliar-se ao máximo de partidos possíveis, assim tem menos denúncias. Ao
mesmo tempo, também compromete a capacidade de investimento do governo",
disse.
O vereador eleito em São Paulo e filho do ex-governador falecido
Mario Covas, Mario Covas Neto, faz coro à necessidade de renovação no
discurso e em algumas práticas do PSDB que, na visão dele, se distanciou
da ideia que deu origem à agremiação. "Você pode perder uma eleição,
mas não o discurso. Tem que ter posicionamento de ética e de seriedade
pública sempre", afirmou.
Covas Neto criticou, inclusive, a política de alianças adotada pelo
PSDB nas eleições municipais deste ano. "Tem que ter limites no espectro
de aliados. Nesta eleição (municipal), por exemplo, nos unimos ao PR,
que não tem nada a ver com a gente", criticou.
Para Covas Neto, o processo de "reciclagem" do PSDB trará novos
líderes "espontaneamente" ao partido. "Nossa questão maior é de
posicionamento. Num processo de revisão interna, novas lideranças terão
voz e aparecerão", afirmou.
A mesma defesa foi feita pelo senador Álvaro
Dias. "Tem que surgir novos nomes, mas não se pode descartar
personagens como (José) Serra e (Geraldo) Alckmin, que estão em pleno
vigor. Não se renovam (os nomes) por decreto, tem que ser natural", diz.