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(Paraisópolis-São Paulo.Imagem da internet) |
O secretário de Segurança Pública do governo de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, confirmou nesta terça-feira que partiu da Favela Paraisópolis, na zona sul da capital, a ordem para que seis policiais militares fossem assassinados no estado.
Ele atribui as ordens a Francisco Antonio Cesário, conhecido como Piauí, preso na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, há cerca de um mês, pela Polícia Federal.
De acordo com o secretário, essas ordens foram responsáveis "pelas
primeiras mortes" da atual onda de violência, mas os motivos ainda estão
sendo investigados. Os assassinatos teriam ocorrido em maio. Na época, o
acusado vivia na Favela de Paraisópolis, que, desde ontem, é alvo de
uma grande operação policial, com a presença de cerca de 600 homens.
Balanço
Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública revelou crescimento de 96% no número de homicídios na cidade de São Paulo no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em setembro, a capital registrou 135 casos de homicídios, contra 69 casos no mesmo mês de 2011.
Desde o começo do ano até a última quinta-feira (25), 85 policiais
foram mortos em todo o estado. Os dados da Polícia Militar ainda não
contabilizam a morte de um policial em folga, ocorrida na noite da
última quinta-feira na capital paulista.
Segundo a Polícia Militar, 67 dos policiais mortos eram da ativa e 18
aposentados. O número já é bem superior ao que foi registrado em todo o
ano passado. Em 2011, de acordo com a PM, 56 policiais foram
assassinados, tanto da ativa quanto aposentados. Em 2010, foram 71
policiais militares, informou o órgão, que não comenta o balanço.
Apesar das mortes, o secretário de Segurança Pública, Antonio
Ferreira Pinto, negou, ontem, que a ação na favela seja uma resposta aos
assassinatos. “Não é efetivamente uma resposta. É a necessidade de uma
ação cada vez maior contra o tráfico. A quantidade de entorpecentes que
entra é muito grande e precisamos de uma ação mais enérgica”,
esclareceu.
O secretário prometeu que outras operações do tipo vão ocorrer. “Nós
vamos fazer operações parecidas em áreas que identificarmos como de
grande índice de tráfico de entorpecentes e de homicídios”, disse.
Para o secretário, as mortes de policiais nas últimas semanas estão
sendo motivadas por razões pontuais. “As pessoas presas por policiais
militares acabam sendo soltas, em seguida, e vão à forra. O momento é
oportuno”, alegou. Ele disse ainda que os ataques têm ocorrido também
pela disputa dos pontos de distribuição, em guerra de quadrilhas. “Essa
somatória de motivos leva a essa onda de violência, que nós vamos
reverter”, disse.
A Polícia Militar informou que, na operação em Paraisópolis, oito
pessoas foram detidas em flagrante até a manhã de hoje. Dentre os
detidos, estava um foragido da Justiça. Ao todo, foram apreendidos 125
quilos de maconha, 10 quilos de cocaína e 50 unidades de drogas
sintéticas. A PM abordou 758 pessoas e vistoriou 201 veículos. Duas
motocicletas e um carro foram apreendidos.
noticias@band.com.br