Meteorologistas esperam grandes tempestades na Costa Leste.
Fenômeno já teria causado mortes em Cuba, Jamaica e Haiti.
O furacão Sandy se tornou nesta quinta-feira (25) uma grande ameaça para a Costa Leste dos Estados Unidos, depois de causar estragos na segunda maior cidade de Cuba e se dirigir para as Bahamas, segundo meteorologistas norte-americanos.
O sistema ganhou força rapidamente depois de atravessar a Jamaica,
passando sobre as águas quentes do Caribe e em seguida atingindo o
sudeste de Cuba com ventos de 169 quilômetros por hora, que provocaram
um apagão e derrubaram árvores na importante cidade de Santiago de Cuba
nesta quinta-feira.
Relatos vindos da cidade, que tem 500 mil habitantes e fica 750
quilômetros a sudeste de Havana, dão conta de danos significativos, com
muitas casas danificadas ou destruídas. Uma rádio cubana disse que pelo
menos uma pessoa morreu. Jamaica e Haiti também haviam registrado uma
morte cada.
Nas Bahamas, Sandy provocou o fechamento de escolas, escritórios públicos e aeroportos.
"Estamos pedindo aos estabelecimentos, inclusive aos bancos, que
permaneçam fechados nesta quinta e na sexta-feira", disse o premier das
Bahamas Perry Christie, em declarações concedidas ao jornal local
"Guardian Nassau".
Meteorologistas do governo norte-americano alertaram que grande parte
da Costa Leste dos Estados Unidos deve ser varrida pelo Sandy, com
inundações, temporais e ventos fortes a partir da quinta-feira à noite.
No começo da semana que vem, ele deve atingir a mesma área da Nova
Inglaterra que sofreu graves estragos por causa do furacão Irene no ano
passado.
Ondam erguem-se sobre a orla no Malecón, em Havana, Cuba, nesta quinta-feira (25) (Foto: AFP)
A previsão é de transtornos numa área da costa que vai das Carolinas
até o Maine, com Nova York e Boston também ameaçadas. "É provável que
impactos significativos sejam sentidos em partes da Costa Leste durante o
fim de semana e até o começo da semana que vem", disse o Centro
Nacional de Furacões.
"Vai ser um fato de alto impacto", disse o meteorologista do Centro de
Previsões Hidrometeorológicas da Administração Nacional Oceânica e
Atmosférica, Bob Oravec, em College Park, Maryland.
"Tem potencial para ser uma tempestade muito significativa em termos de
inundação costeira, dependendo de exatamente onde ela chegue. Apagões
são definitivamente uma grande ameaça", afirmou.
O especialista em furacões e blogueiro do instituto meteorológico
Weather Underground, Jeff Masters, disse que a chegada da tempestade na
segunda-feira, bem no meio da costa atlântica dos Estados Unidos, iria
desencadear "um desastre de US$ 1 bilhão".
"Nesse cenário, Sandy poderia trazer ventos regulares com a força
próxima à de um furacão para um amplo trecho de uma costa fortemente
habitada", afirmou.
Outra hipótese prevista nos modelos climáticos por computador, segundo
Masters, é que o Sandy cause "as mais intensas chuvas de outubro já
registradas no nordeste do país, em Nova Scotia e New Brunswick".
Ao contrário do Irene, que causou bilhões de dólares em prejuízos no
nordeste em agosto do ano passado, o Sandy deve chegar à costa
norte-americana já com força inferior à de um furacão. Mas ele deve se
deslocar mais lentamente do que o Irene, o que aumenta o potencial para
causar danos, segundo meteorologistas.
Em Cuba, as comunicações ficaram prejudicadas depois da passagem do
olho do perigoso furacão da categoria 2, logo a oeste de Santiago,
causando ondas de até 9 metros, provocando apagões e inundações num
amplo trecho de litoral, segundo o serviço meteorológico cubano.
A tempestade também causou inundações generalizadas no sudoeste do
Haiti, com relatos de perigosos deslizamentos em algumas áreas.
Às 16h (hora de Brasília), o centro do furacão já estava 40 quilômetros
a leste da ilha Great Exuma, nas Bahamas, com ventos máximos
sustentados de até 169 quilômetros por hora.
Sandy ainda estava na categoria 2 na escala Saffir-Simpson, mas deve
perder força nas próximas 48 horas ao cruzar o arquipélago das Bahamas.
A partir desta noite e por toda a sexta-feira, há previsão de ventos
fortes, chuvas e mar agitado em parte da costa atlântica da Flórida.
Moradores
observam estragos provocador pela tempestade Sandy nesta quinta-feira
(25) em Santiago de Cuba (Foto: Miguel Rubiera/AIN/Reuters)
Homem recolhe pedaços de sua casa destruída em Santiago de Cuba (Foto: Miguel Rubiera Justiz/AFP)