quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Polícia investiga se suposta 'lista da morte' contém nome de PMs

Click Monteiro | 21:11 |
A polícia irá investigar se na documentação apreendida na terça-feira (30) durante operação da PM em Paraisópolis (zona sul de São Paulo) há nomes de policiais militares que seriam alvos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com o comandante do policiamento de choque da PM, coronel Cesar Augusto Morelli, foram apreendidos vários documentos que seriam de criminosos que vivem na favela.
Para o coronel, afirmar que um dos papéis apreendidos seria uma lista de alvos policiais é precipitado e "poderia criar uma situação de neurose, internamente (nas policiais) ou para toda sociedade".

Entre os papéis encontrados está uma carta datada de 8 de agosto de 2012 e intitulada "Salve Geral", expressão usada para alertar os integrantes da facção sobre alguma orientação. Nela, o autor orienta a "irmandade" a matar dois policiais para cada "irmão" morto.
"Se for executado um i. será executado 2 policial sendo os mesmos da mesma corporação que cometer o ato de covardia."

Em outro trecho as ações ordenados são justificadas da seguinte forma: "Essas medidas estão sendo tomadas no intuito de nos defender, pois somos homens de não iremos se intimidar de tal covardia(...)".

Reportagem publicada pela Folha no início do mês, mostrou que documentos em poder da polícia e do Ministério Público de São Paulo revelam que chefes da facção criminosa PCC deram ordens expressas para a matança de policiais e que desde 2011 se estruturam para esses ataques.
Os papéis apreendidos ontem foram levados para o 89º DP (Portal do Morumbi) e encaminhados para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que deverá fazer a investigação.

Reprodução
carta PCC
carta PCC

OPERAÇÃO DA PM
Subiu para 13 o número de suspeitos presos na operação que a Polícia Militar faz na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. A ação na comunidade começou na madrugada da última segunda-feira (29).

Apesar das prisões, a polícia não informou quais crimes teriam sido praticados pelos suspeitos. A operação também já levou a apreensão de 12 armas de fogo, 196 munições, 16 kg cocaína, 130 kg de maconha, além de 50 unidades de drogas sintéticas.

Mais de 500 policiais militares participam da operação. Eles fiscalizam veículos e revistam bolsas e mochilas nas estradas da favela. De acordo com a PM, a ação visa combater roubos, furtos e o tráfico de drogas na região, e não tem data para terminar.

Operação policial em Paraisópolis (SP)


Policiais patrulham as ruas no segundo dia da operação policial na favela de Paraisópolis, em São Paulo

Segundo o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, a ordem que resultou na morte de seis policiais militares em São Paulo foi dada por Francisco Antonio Cesário da Silva, 32, o "Piauí", que chefia a facção criminosa PCC e é da favela de Paraisópolis. Ele foi preso em Santa Catarina em agosto.

Ao todo, 88 PMs foram mortos no Estado de São Paulo desde o início do ano, mas o governo não admite ligação entre esses crimes. O comandante da Polícia Militar de São Paulo, Roberval França, disse ontem que 37 desses casos tinham característica de crime encomendado.

Folha de S. Paulo
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