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Quando o intelectual revolucionário Karl Marx decidiu combater o sistema capitalista lá pelos anos de 1850, certamente não imaginava que os efeitos negativos do novo modelo econômico que se erguia chegassem tão longe.
Mas não viajemos a tão longe. Nessa terça-feira 21 de Fevereiro de 2012, em pleno Carnaval baiano, a cantora Daniela Mercury decidiu discursar sobre “as mazelas sociais que atingem o Brasil”, como frisa um portal daquele estado.
“Ressaltando as fraquezas do país”, diz o site, a cantora pediu “democracia de direito, de respeito, de ético, porque é assim que a democracia tem que ser.”
Mais adiante, num recado mais direto, Mercury viu que não havia mais riscos de uma greve da PM acabar de vez com o Carnaval 2012 [ela teria muito ‘prejuízo capitalista’, não?] e passou a atacar a Polícia Militar.
- Nós queremos uma Polícia Militar que respeite o seu povo. Porque a Polícia Militar é uma instituição primordial. Vocês têm que dar segurança para a população. Vocês estão aí para proteger e não para matar; estão aí para proteger e não para bater. Chega! Vocês têm que ser éticos, honestos. A gente não aceita mais tanta corrupção", esbravejou Daniela, arrancando aplausos de empresários e do operariado.
Democracia?
Até onde se sabe, o conceito de ‘Democracia’ sugere não apenas deveres, mas DIREITOS para todos. E até onde se sabe, os militares são os ÚNICOS profissionais brasileiros proibidos, sob pena de PRISÃO, de se manifestarem em greve. A cantora baiana chamaria isso de democracia?
Ética?
O conceito de ética também não se resume ao que se quer dizer em cima de um trio elétrico. Exemplo: seria ‘ético’ por parte de uma artista nacionalmente famosa fazer propaganda de bebida alcoólica [droga permitida!], mesmo sabendo que seu recado vai atingir em cheio jovens e adolescentes num país que ‘se mata’ no trânsito?
Honestidade? Corrupção?
O desejo da cantora baiana é exatamente o nosso: que os policiais (e os médicos, os advogados, os jornalistas, os professores, os juízes, etc.) sejam todos honestos e nunca se entreguem à corrupção. Porém, a cantora se esqueceu de dizer em cima do trio que o grande nascedouro de todos essas “mazelas sociais que atingem o Brasil” está justamente naqueles que pagam muito dinheiro para ela cantar e atacar apenas ‘uma parte’ do problema. De preferência, a parte mais fragilizada, sem espaços [pagos] na grande mídia, para uma resposta à altura e de mesmo alcance.
Marx
Se o economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista Karl Marx estivesse vivo, poderia até dançar axé ao som de Daniela Mercury, que sem sombra de dúvidas é detentora de uma das vozes mais bonitas do Brasil.
Mas lá da ‘pipoca’ ele refutaria: “Daniela, fale a verdade: você está sendo paga pelo governo do estado para desgastar ainda mais a imagem dos policiais, de modo que esses profissionais nunca tenham o apoio da sociedade para levarem uma vida diga! Isso é capitalismo desumano, Daniela!”
Viva a verdadeira democracia.
ParaibaemQAP