Eduardo Varandas quer abertura de inquérito policial para investigar aliciamento de trabalhadores no Centro de Convenções
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Eduardo Varandas, já adotou as primeiras medidas após constatar condições precárias as quais trabalhadores da construção civil estavam sendo submetidos nas obras do Centro de Convenções, em Jacarapé.
Varandas determinou que a empresa Via Engenharia, responsável pela construção do empreendimento, pagasse todas as indenizações trabalhistas e arcasse com todas as despesas dos trabalhadores que desejam retornar para seus estados de origem.
Durante vistoria no início da tarde de hoje, o procurador detectou aliciamento de cerca de 90 trabalhadores do Maranhão e do Piauí. "Os trabalhadores chegaram a pagar a passagem para vir trabalhar aqui, o que também é ilegal", afirmou.
Além dessas irregularidades, o MPT constatou que a empresa oferecia aos funcionários alojamentos inadequados, não registrava os intervalos na jornada de trabalho para as refeições e não disponibilizava local para repouso.
Eduardo Varandas disse que as investigações irão continuar e adiantou que poderá ingressar com um inquérito policial para investigar os responsáveis pelo aliciamento dos trabalhadores.
A reportagem do ClickPB foi ao local na manhã de hoje e ouviu relatos de trabalhadores que denunciaram as péssimas condições de trabalho. "Falta água para beber na obra e nos colocaram numa casa onde 20 pessoas tem que dormir no mesmo quarto. Não temos como voltar para o estado do Maranhão e hoje estamos na rua, no sol, em frente da obra", disse um operário de apenas 23 anos.
Os trabalhadores revelaram que foram arregimentados no Maranhão e tiveram que pagar R$ 200 com a promessa de que trabalhariam na construção de um estádio de futebol na Paraíba.
Ao chegar ao Estado, eles foram contratados pela Via Engenharia para trabalhar na obra do Centro de Convenções.
No local, nenhum representante da empresa quis se pronunciar sobre as denúncias.
