Medida do governo pode gerar nova crise na Segurança; delegados estão insatisfeitos
No interior, segundo Adepdel, a situação é ainda pior. “Muitas cidades vão ficar sem delegados”, declara
Após os policiais militares e bombeiros realizarem uma assembleia demonstrando insatisfação com o reajuste concedido pelo governo do estado, agora são os delegados que estão se mobilizando para também promoverem uma assembleia. O motivo da insatisfação é a redução da carga horária maxima para jornada extra, que desde 2009 caiu de 192 horas para 150.
De acordo com o presidente da Adepdel (Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia Civil da Paraíba), Cláudio Lameirão, até 2009 os delegados não recebiam pelas horas extras trabalhadas em festas, eventos ou até mesmo nas delegacias. A partir de 2009 foi promulgada a lei que regulamenta as jornadas extraordinárias e a quantidade de horas extras são determinadas por portarias.
“Em 2009 era 192 horas, já neste governo foi reduzida para 160 e agora para 150 horas. Com essa iniciativa, delegacias especializadas como Homicídios, Combate a Entorpecentes, Infância e Mulher, podem voltar a fechar a noite e nos finas de semana, apesar de por lei, terem que funcionar 24 horas por dias, 7 dias por semana”, explicou.
Lameirão explicou que cada delegado tem por obrigação de trabalhar 120 horas por mês, mas pode vender suas folgas em horas extras, o que segundo ele tem garantido a abertura das delegacias especializadas 24 horas. “Com essa nova redução não sei se isso será possível. Nem um delegado vai trabalhar de graça mais”.
No interior, segundo Claudio, a situação é ainda pior. “Muitas cidades vão ficar sem delegados”, declara.
Ele disse ainda que não entende o motivo da portaria do secretário de Segurança, Claudio Lima, já que os índices estão melhorando a cada dia. “Na delegacia de Homicídios aumentou em 100% o número de casos resolvidos e na Entorpecentes, fizemos o ano passado a maior apreensão de crack da história na Paraíba”, destacou.
O delegado também questiona por que a medida atinge apenas a Polícia Civil e não a Polícia Militar.
Marcos Wéric
WSCOM Online