Estima-se que a conta tenha alcançado cerca de R$ 82 mil, mas a assessoria do hospital não confirma o valor. Segundo o Barra D'Or, Adriene proibiu o hospital de divulgar informações sobre seu estado de saúde. Ela foi submetida a uma cirurgia para reconstituição do dedo indicador da mão esquerda.
O R7 procurou Adriene, mas não conseguiu encontrá-la. Adriano afirmou nesta semana que não pagaria a conta do hospital. Já a assessoria do Barra D'Or afirmou apenas que a questão - pagamento da conta - ainda não havia sido definido.
A estudante não deve ser indiciada por denunciação caluniosa. De acordo com Fernando Reis, titular da Delegacia da Barra (16º DP), o fato de ter confessado a autoria do disparo elimina a possibilidade de Adriene ser indiciada pelo incidente.
- Temos um fato que se chama arrependimento eficaz. A lei quer que digam a verdade. Se puníssemos após uma confissão como essa, seria contra-senso. Ela ter confessado desconstitui a denunciação caluniosa, caso seja provado que essa versão é mesmo a verdadeira.
Para o advogado Leonardo Couto, a avaliação do delegado está precisa.
- O que ele falou está perfeito, a lei quer que digam a verdade. Nesse caso, como o disparo acidental foi feito contra ela mesma, não há crime.
Apesar da confissão, a polícia não trata o caso como concluído. Segundo Reis, é necessário comprovar a veracidade da nova versão apresentada por Adriene.
- A confissão dela não significa que estamos convencidos. Realmente é coerente com a perícia, que concluiu que o tiro partiu de baixo para cima, e também com o depoimento dos outros envolvidos. Isso dá credibilidade à confissão. Mas a investigação ainda não está em processo de conclusão.
O delegado afirmou ainda que não há dúvidas de que Adriano estava no banco da frente do carro, ao contrário do que Adriene havia contado em seu primeiro depoimento.
- Estamos convencidos de que ele estava na frente. Mas não significa que elimine a chance de ele ter disparado. Com isso, sobram duas possibilidades: ele poderia ter passado a arma para ela e disparado acidentalmente ou então teria pego a arma embaixo do banco e atirado contra a própria mão sem querer, como a própria Adriene contou em sua nova versão.
Reconstituição:
A reconstituição do acidente acabou por volta das 19h30 de quarta-feira. Participaram da ação, além de Adriano e Adriene, Andréia Ximenes, Viviane Dutra e o policial militar reformado Júlio César Barros de Oliveira. Na primeira parte, a polícia seguiu a versão de que Adriano estava na parte da frente do carro, no banco do carona. Todos os ocupantes do carro, com exceção de Adriene, contaram a mesma história em depoimento.
Na versão da vítima, que era sustentada por ela até então, Adriano estava no banco de trás e foi o autor do disparo que, segundo ela, foi acidental. Essa hipótese também foi reconstruída pela polícia.
Após três mulheres ocuparem o banco traseiro da BMW, Adriano entrou com dificuldades e a porta do carro só fechou após muito esforço. Neste momento, uma policial ficou no banco da frente, no lugar que seria ocupado pela quarta mulher, identificada como Daniele Pena, que não foi à delegacia.
R7.com