O advogado Sérgio Bezerra brinda os leitores do Portal Click Monteiro com mais um artigo
TÔ CERTO OU TÔ ERRADO?
É final de ano e eu resolvi falar de relacionamentos amorosos. Como advogado, já testemunhei muito furdunço por causa de separações – além do que já passei e do que vejo rolando ao meu redor, entre amigos ou parentes. Essa carga de experiência, tanto alheia quanto pessoal, me faz chegar a algumas conclusões que agora compartilho com meus queridos três ou quatro leitores.
O problema é que, com o passar do tempo, as pessoas parecem não assimilar que a soma das qualidades e a diminuição dos defeitos é o que faz a convivência a dois mais harmoniosa. Ninguém pode querer ser melhor que o outro, até porque ninguém de fato o é – aliás, não se pode esquecer que, de perto, ninguém é normal, como diz Caetano. A competição interna é uma desgraça.
É certo que, durante o relacionamento, há certas ocasiões em que a mulher parece esperar que o homem diga: “Bom dia, amor! Hoje é uma data maravilhosa, pois completamos três anos, sete meses e 12 dias juntos! Para comemorar, vamos tomar suco de laranja, que eu me cansei da cerveja, e depois assistiremos a um filme bem romântico, comendo brigadeiro da panela! Depois, podemos fazer compras no shopping, visitar aquela exposição de flores na praça e, para terminar o dia, jantar à luz de velas naquele restaurante caro que você vive querendo conhecer. Que tal?’
Convenhamos, homem nenhum vai dizer isso alguma vez na vida.
Por outro lado, para um relacionamento dar certo, além de amor, carinho, compreensão e paciência, tem que rolar química – aquela coisa que faz a gente se arrepiar quando uma certa pessoa se aproxima. Sem falar que a harmonia deve ser regada no dia-a-dia. Coisas amenas do cotidiano que têm o condão de irritar o parceiro (ou parceira), quando muito repetidas, acabam desgastando o relacionamento. É bom evitá-las.
O homem tem que entender que a mulher é a obra-prima do Criador, o Seu poema mais perfeito. Portanto, quando ela perguntar se está bonita, ele não deve responder apenas com um “tá legal”. É preciso ir mais fundo, elogiar os detalhes. Resposta monossilábica a este tipo de indagação feminina funciona como um balde de água fria. Para elas, é sinônimo de desinteresse. Como também, caro colega, não pense que ela não vai ficar desapontada quando se arrumar toda pra sair e você chegar com a camisa de ontem e de chinelo. Cinquenta por cento do que ela pensou em fazer com você naquele noite foi pro ralo. Pode crer.
Outra coisa: se ela vai a um acontecimento social e encontra outra mulher vestida exatamente igual a ela, é obrigação sua entender sua fúria e procurar acalmá-la. Nunca, jamais, em nenhuma hipótese, espere que ela diga, candidamente: “Amor, aquela mulher está com o mesmo vestido que o meu. Legal, ela tem muito bom gosto! Vou lá conversar com ela.”
Não dá, né?
A mulher é um ser especialíssimo. Além de muito mais inteligente que o homem, possui o “gôta” do sexto sentido, que acende o sinal toda vez que estamos mentindo. Então, amigo velho, não adianta enfeitar a história, porque, mesmo sem ter visto absolutamente nada, ela sabe absolutamente tudo.
A mulher é muito romântica, todos sabemos disso. Mas se um dia você estiver em dúvidas sobre comprar flores, caixa de bombons ou ursinho de pelúcia para presenteá-la, não perca seu tempo: escolha uma roupa, uma bolsa ou um sapato!. Também não caia na esparrela de deixar fazer algo que se comprometeu a fazer (seja a bobagem que for), pois a mulher pode ser independente financeiramente, dona do próprio nariz, competentíssima e o escambau – mas se você furar com ela, terá, no mínimo, uma semana de briga e um mês de interrogatório.
Mais uma: também é bom não esquecer que, apesar das qualidades incontáveis que as mulheres possuem, não é prudente para o homem imaginar que um dia sua amada vai pronunciar alguma dessas frases: “Amor, a nossa vizinha está se trocando com a janela aberta outra vez. Vem aqui ver!”; “Benzinho, minha mala está muito pesada. Acho que vou tirar a maioria dessas roupas, a maquiagem, o secador e a chapinha”; ou “Eu adoro quando teu negócio tá meia bomba! Acho um tesão, amor!”
Sem comentários.
Finalmente, quando ela quiser transar e você preferir assistir ao jogo, tomar cerveja ou jogar videogame, pode ter certeza que, consciente ou inconscientemente, ela questionará sua masculinidade. O pior é que, quando ela não se sentir mais amada e valorizada, seu botão de caça será ativado automaticamente. Não leva nem um segundo. Aí, amigo velho, o xerém tá perdido.
Tô certo ou tô errado?
Sérgio Bezerra
