Daniel Cosme Gonçalves ficou famoso ao sair como fonte principal na Revista Época denunciando um suposto esquema de desvio de verba da prefeitura de João Pessoa para a campanha do governador Ricardo Coutinho.
Com ares de vítima e de herói, Daniel disparou contra todos e contra tudo. Entre eles, contra o ex-sócio, o Pietro Félix, acusado de ter ajudado a secretários municipais de João Pessoa a desviarem dinheiro da sua empresa, a New Life Distribuidora de Livros.
Hoje, Daniel voltou à mídia como personagem de uma revista, a Politika. Mas com um detalhe: de denunciante, Daniel passou a denunciado.
Foi a vez de Pietro abrir o verbo, acusando Daniel de montar empresas laranjas para abocanhar facilmente recursos da prefeitura de Campina Grande, cujo secretário de Educação, Flávio Romero, é simplesmente primo do empresário.
De acordo com a Politika, as “empresas” que ganharam contratos em Campina Grande, muitas delas por dispensa de licitação, são sediadas em residências, onde moram cunhado e esposa de Daniel. Elas abocanharam milhões da prefeitura de Campina, segundo revela Pietro, apresentando documentos do TCE.
Ou seja, se Pietro tem ligações com secretários de João Pessoa, Daniel tem com os de Campina Grande. A revista traz documentos e fotos. Aliás, confidencialmente, Pietro vai além e diz que as “empresas” de Daniel tem sempre uma “Boquinha” nas prefeituras do PMDB. E que estava de olho na verba da Educação do Estado após eventual vitória de Maranhão na campanha de 2010.
Em entrevista à TV, o prefeito Veneziano disse que estão querendo jogar a prefeitura de Campina numa “vala comum”. E disse que a sua gestão faz tudos às claras.
O fato é que com a farta documentação apresentada por Pietro contra Daniel forçará, certamente, que uma eventual CPI na Assembleia Legislativa sobre essa “briga de sócios” se estenda a Campina.
Daniel provou o gostinho amargo de ser denunciado. Entrou no jogo querendo apenas atacar. E, agora, será obrigado a se defender.
Luís Tôrres
